Este livro começou a ser escrito no dia 25 de julho de 2009, porque ele nasceu junto com o “positivo” que apareceu na tela do meu computador. Ele nasceu com tudo o que viria depois daquele momento e por toda a transformação que veio no pacote “tornar-me mãe”. Não só no sentido literal, já que um filho inevitavelmente muda a história de alguém, mas “trans-formação”, no sentido de ter me feito “mudar a forma”. A forma de viver, a forma de pensar e a forma de ver o mundo.
O segundo nascimento deste livro aconteceu após eu escrever durante anos sobre maternidade em blogs, redes sociais e outros meios de comunicação. Escrever, sempre foi a minha forma de estar no mundo e desde que eu soube que estava grávida do meu primeiro filho, João Pedro, a escrita me ajudou a atravessar o processo de mudanças e a organizar o turbilhão de emoções que elas me provocaram.
Este livro foi sendo finalizado ao longo de vários anos, ou seja, é do lugar de mãe de meninos em diferentes fases, que escrevi. Por isso, vocês perceberão que as histórias e reflexões se repetem já que os textos foram escritos em diversos momentos da minha maternidade. Também, como minha proposta é partir da minha maternidade, mesmo atenta às várias possibilidades de vivências desse processo (maternidade atípica, solo, do coração, dupla maternidade), acabo não fazendo referências específicas a essas outras formas de maternar, mas deixo registrado que considero legítimas todas as maneiras de ser mãe e espero que todas, de alguma forma, se sintam representadas nas minhas falas. E, por fim, apesar de me debruçar bastante sobre a conjugalidade no meu trabalho e de também falar do lugar do pai nas dinâmicas familiares, neste livro, escolhi me restringir à figura das mães.